Oração Lakota (Sioux)

Oração Lakota (Sioux)

Wakan Tanka, Grande Mistério
Ensina-me a confiar
Em meu coração,
Em minha mente,
Em minha intuição,
Em minha sabedoria interna,
Nos sentidos do meu corpo,
Nas bençãos do meu Espírito,
Ensina-me a confiar nessas coisas
Para que eu possa entrar no meu Espaço Sagrado
E amar muito além do medo
E assim caminhar na beleza
Com o passo do glorioso Sol

Amigos do Blog Xamãs na Umbanda

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

AS MULHERES NA UMBANDA


 





A sociedade por muito tempo teve um comportamento machista, a mulher era relegada a segundo plano, levada a um estado de completa submissão:

· Pais que escolhiam casamentos para as filhas
· Não podiam votar
· Não podiam trabalhar fora
· Não podiam participar das conversas “de homens”
· Tinham de obedecer cegamente aos maridos
· Em algumas épocas eram inclusive impedidas de estudar, pois “não precisavam”

Este comportamento de certa forma foi trazido para o meio Umbandista, e o que é pior e que em muitos locais perduram até hoje:

· Mulher não pode trabalhar menstruada
· Mulher não pode tocar atabaques
· Mulher grávida não pode trabalhar
· Mulher não pode presidir cerimônia de casamento ou batizado, etc…

Que me desculpem aqueles que pensam e trabalham desta forma, mas ate hoje ninguém me apresentou um argumento que me convencesse destas restrições impostas às mulheres.

No meu entender, existe um agravante, estas “normas”, não ficaram somente no lado material, atingiram também o Astral, principalmente em ralação às Pombas Gira, entidades muito valiosas e preciosas dentro de um terreiro.

Existem muitos que ainda acreditam que toda Pomba Gira foi uma prostituta e que só trabalha o lado sexual, que só serve para arrumar companheiro ou desmanchar relacionamentos, que se incorporar num médium masculino este vai virar homossexual, e por ai vai…

Cheguei até a ouvir e ler em algum lugar que uma Pomba Gira não pode tomar a frente de um trabalho, pois ela é apenas auxiliar dos Exus, quanta prepotência…

Basta abrirmos os olhos e vermos a proporção de mulheres que militam na Umbanda em relação aos homens, eu ousaria colocar na casa dos 60 ou 70 %, agora tentem imaginar seu terreiro sem as mulheres…

Tem um ditado antigo que diz:

Por trás de um grande homem tem sempre uma grande mulher”

Eu ousaria mudar este ditado, e ele ficaria assim:

Ao LADO de um homem que realiza um bom trabalho, tem sempre pelo menos uma grande mulher”.
Dias atrás um amigo, durante uma conversa me disse que achava que eu estava fazendo um bom trabalho frente à ASSEMA.

Pois bem, tenho a mais absoluta certeza que um dos principais motivos para que este trabalho esteja sendo bem feito, é que tenho ao meu LADO, varias grandes mulheres, FÁTIMA, OLGA, KAREN, ALINE, PATRÍCIA, VERA, ROSA, PATRÍCIA SILVA, CRISTIANE, ROSANA, REGINA, sem esquecer da minha pequena CAROLINE e sem falar das valiosas “MULHERES DE ARUANDA”.

Marco Boeing
Dirigente da
Assema

Conhecendo o Xamanismo





 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O que é Xamanismo?


A Busca de uma Definição


Atualmente quando a maioria das pessoas ouvem a palavra xamanismo pensam em culturas indígenas americanas, outros reclamam por que não pajelança se estão no Brasil. Sempre considerado como um programa de índio.

O xamanismo não se refere apenas à espiritualidade indígena. É certo que os indígenas foram os grandes responsáveis por manterem acessas as chamas da Medicina da Terra mas as práticas se originaram no homem primitivo, no paleolítico.

A palavra tem origem siberiana e não americana e é usada hoje como uma forma única para descrever as práticas no mundo todo. Ou seja, as práticas são universais, é um legado do Mundo Espiritual para a Humanidade. Não pode haver fronteiras.

A palavra xamanismo foi criada por antropólogos (ver em xamã) para definir um conjunto de crenças ancestrais. Para mim é um caminho de conhecimento. Nós podemos perceber traços do xamanismo em várias religiões.

As raízes do xamanismo são arcaicas e alguns antropólogos chegam a pensar que elas recuam até quase tão longe quanto a própria consciência humana. As origens do xamanismo datam de 40.000 a 50.000 anos, na Idade da Pedra. Antropólogos têm estudado xamanismo nas Américas; do Norte, Central, Sul. Também na África, entre os povos aborígines da Austrália, Esquimós, Indonésia, Malásia, Senegal, Patagonia, Sibéria, Bali, Velha Inglaterra e ao redor da Europa, no Tibet onde o xamanismo Bon segue a linha do Budismo Tibetano, ou seja, em todos os lugares ao redor do mundo. Seus traços estão presentes nas Grandes religiões.

Religião da Idade da Pedra


Piers Viebsky em "O xamã", cita que em 1991 foi encontrado o corpo mumificado de um homem preservado sob as neves dos Alpes Austríacos. Foi apanhado por um temporal ao cruzar um desfiladeiro da montanha há cerca de cinco mil anos. Poderia ser de um pastor (de ovelhas) mas as tatuagens na pele, um disco de pedra numa correia e alguns musgos secos medicinais encontrados em sua posse permite a suposição de que era um xamã numa viagem ritual.

Muito antes de ter sido descoberto esse "homem do gelo", no princípio do sec. XX, foram encontradas pinturas rup

estres pré-históricas, no Sul da França, de figuras semi-humanas, semi-animais entre animais comuns, que foram consideradas como representando xamãs e que conduziram a suposição de que o xamanismo foi a religião humana original e primordial.




Numa das gravuras um homem com o falo ereto está deitado ao lado de um bisonte com uma cabeça de pássaro ao seu lado; o próprio homem parece ter a cabeça de pássaro e presume-se que a gravura represente um xamã em transe. Essa interpretação foi popularizada na década de 60 por Lommel num livro profusamente ilustrado, Shamanism:The Beginnings Of The Art.



A figura da gruta de Les Trois Frères nos Pirineus franceses que foi chamada de Feiticeiro Dançador, é considerada por alguns estudiosos como representando um xamã. Uma criatura masculina vista de perfil olha de frente para quem a contempla com os seus olhos muito redondos. Todas as partes da sua anatomia parecem pertencer a um determinado animal: orelhas de lobo, chifres de veado, rabo de cavalo e patas de urso. E no entanto o efeito geral é notoriamente humano. Outra interpretação possível é a de que represente um espírito Senhor dos Animais personificando simultaneamente a essência de todas as espécies.

O primeiro tratado vem da Sibéria (altaicos, iacutes, buriatas, tungues, vogul, samoiedos, etc.). Uma fonte acredita que os homens/xamãs teriam emigrado durante as grandes glaciações seguindo rebanhos de renas. Eles passaram pelo estreito de Bering ou por uma ponte terrestre que ligava os dois continentes e se espalharam pelo mundo.

Encontram-se fenômenos xamânicos similares entre os esquimós, índios das Américas; do Norte, Central e Sul; Oceania, Austrália, no sudeste asiático, na Índia, no Tibet e na China. Trata-se de um conjunto de práticas evidentemente adaptadas a cada cultura, a cada crença, mas que em toda parte apresenta o mesmo conteúdo mágico, religioso e simbólico. Faz pensar que todos vieram de uma mesma fonte de conhecimento.

Sintetizando, o xamanismo é a "Jornada da Consciência", um legado da humanidade além das fronteiras dos países, credos, raças, filosofias. Xamanismo Universal não significa uma classificação nova no xamanismo, o xamanismo é universal. A premissa básica é o reconhecimento que todos fazemos parte da Família Universal e tudo está interligado. O praticante compreende o Espírito Essencial que está dentro dele mesmo, na natureza e em todos os seres. O praticante sabe quem ele é e como se relaciona com o Universo.

No sentido do "religare" pode ser considerada uma religião, mas o xamanismo não é como um conjunto de ritos específicos que seguem seus mestres máximos como cristianismo (Cristo), budismo (Buda), islamismo (Maomé), Taoísmo (Lao-Tsé), etc; cujas práticas são determinadas e iguais e que possuem seus Livros Sagrados de conduta em todos os lugares do mundo.

Na essência são práticas religiosas. O xamanismo se insere de acordo com a crença espiritual/religiosa local, é um fenômeno religioso. Pode-se dizer que as religiões representam um xamanismo adaptado e afetaram as tradições xamânicas continuadas ou marginalizadas nas culturas que dominaram. As práticas, os mitos, as entidades dependem da tribo, linha, geografia, crenças.

O xamã é sempre uma figura dominante e não um santo,avatar ou profeta. Ele é um intermediário entre o mundo espiritual, natureza e a comunidade.

A Medicina da Terra é derivada de conhecimentos medicinais passados pelos ancestrais que são honrados por aqueles que recebem a iniciação. O clichê mais ultrapassado é aquele em que o iniciado tenta matar simbolicamente seu iniciador ao invés de honrá-lo. Isso é enfraquecer a raiz pela qual ele foi formado, uma auto-sabotagem espiritual. O entendimento disso faz com que o discipulado crie conscientemente um movimento de afinidade que traz harmonia no resultado.


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O "conhecimento" é para todos mas "sabedoria" é para alguns. Por isso acho importante a divulgação do conhecimento e aplicação prática dele pois existe ainda uma minoria que se transforma. É como um garimpo! Entre esses buscadores do conhecimento sempre sai uma pepita de ouro que vai fazer o mundo mais brilhante. Por essas pepitas vale a pena. O coração do verdadeiro iniciado tem que se confortar com isso pois sempre é a minoria. Por outro lado existe um outro fenômeno, algumas pessoas lançam-se à determinadas práticas sem o devido conhecimento e sem as "bênçãos espirituais", ou seja: ação sem conhecimento. O que pode ser problemático.

Muitos iniciam a caminhada mas poucos atingem as maiores alturas. Este conhecimento não está limitado aos iluminados, é disponível para todos nós dependendo da sinceridade e humildade com que buscamos. Sabedoria xamânica é sabedoria da Mãe Terra e, a cada filho dela, é dado um presente, algum talento especial.

O xamã compreende o Círculo Sagrado da vida e recomenda, ajuda na cura, ensina o que é necessário para o bem da comunidade.Isto significa freqüentemente colocar a comunidade em primeiro plano. O caminho xamânico conduz a um relacionamento de amor com a Mãe Terra. Não é possível praticar o verdadeiro xamanismo sem incluir os cuidados com a preservação da vida de todos os reinos (animal, mineral, vegetal, espiritual) em nosso planeta.

O xamanismo aparece como um reflexo de um Grande Espírito que pode ter vários nomes. É honrado o Criador e todas as suas criaturas, sejam pedras, animais, aves, plantas, peixes, insetos, águas, ventos e outras manifestações da natureza que compartilhamos a existência nesta vida. Essa consciência, esse alinhamento com as forças da natureza, transforma-se em poder de cura e expande habilidades psíquicas através da reconexão com a vida, com o Sagrado, com o mistério da Criação.

O foco das práticas do xamanismo centra-se nos ritmos cíclicos da natureza: nascimento, morte e renascimento, a complementaridade masculino e feminino, o contato pessoal individual com ambiente imediato da terra, com as forças da terra do sol, da lua e das estrelas. Um verdadeiro xamã enfrentou suas sombras e venceu seus medos da insanidade, solidão, orgulho, vaidade, vícios, doença, ao passar por mortes em vida. Depois disso, escolhe tornar-se curador curado, auxiliador, visionário, à serviço das pessoas.

No xamanismo ao redor do mundo podemos ver as similaridades que definem as práticas :


  • A Busca por estados Alterados de Consciência, Vôo da Alma / Êxtase. O xamã é um especialista e um mestre da viagem estática

  • A capacidade de viajar em espírito assumindo a forma de um animal ou ave ou diretamente através daquilo a que chamaríamos de experiência fora-do-corpo. Este vôo mágico é um dos fundamentos do xamanismo

  • Viagem por mundos paralelos ( Reino dos Espíritos). Mundos invisíveis à realidade ordinária a fim de guiar espíritos e obter conhecimento espiritual.

  • O xamã atua como canal de cura. Tem conhecimento do poder das plantas, pedras, dos espíritos animais e seres da natureza.

  • Devoção à Criação, Sol, Lua, Estrelas. Reconhecimento da presença de Deus em todas as manifestações do Universo

  • Interação com espíritos da natureza

  • Utilização de instrumentos de poder para induzir ao transe /estados alterados de consciência (tambores, maracás, etc)

  • Conhecimento sobre o fogo

  • Utilização de plantas (purificação, enteógenas, medicinais, magnéticas)

  • Canções de Poder

  • Danças

  • Respiratórios e dietas

  • Contação de histórias, preleições.





O Xamanismo como a mais antiga prática espiritual da humanidade tem como base em suas práticas o respeito pela ecologia, reconhecimento do Sagrado, necessidade de expandir a consciência e obter resposta em mundos paralelos, prática do amor incondicional . Suas práticas estabelecem contato com outros planos de consciência a fim de obter conhecimento, poder, equilíbrio, saúde. Propicia tranqüilidade, paz, profunda concentração, estimula o bem estar físico, psicológico e espiritual.

A interação harmônica dos elementos equilibra a Jornada da Nossa Alma, faz girar a Roda da Vida em harmonia. No xamanismo praticado na atualidade estudamos os talentos elementais:

  • A Terra é relacionada com o corpo físico e com as sensações.

  • A Água é relacionada com a alma e com as emoções e sentimentos.

  • O ar é relacionado com a mente e aos pensamentos e idéias.

  • O fogo é relacionado com o espírito e associado à consciência, a claridade, a inspirarão.

O reconhecimento do caminho da verdade vem da expansão da consciência e a compreensão de que o verdadeiro poder está dentro de cada praticante e provém do desenvolvimento de seus próprios dons. Inspirados na sabedoria dos povos ancestrais temos o desafio de resgatar o conhecimento acumulado nas práticas xamânicas das diversas tradições do planeta para os dias atuais. Assim, pretendemos contribuir para a saúde, autoconhecimento e o bem-estar geral do nosso povo e resgatar valores para uma vida mais harmônica e ecológicamente correta.

Os ancestrais xamânicos viviam em harmonia e equilíbrio com todos os seres, pedras, plantas, animais, pássaros, peixes e até insetos.Para garantir sua sobrevivência em ambiente hostil os homens primitivos interpretavam os sinais e as mudanças da natureza a seu redor. Viviam de acordo com os ciclos do Sol e da Lua, das mudanças das estações, manifestações da natureza, vento, chuva, etc.




Os caminhos do xamanismo são espirituais. A prática xamânica compreende a capacidade de entrar e sair de estados de consciência, de realidades não-ordinárias Os estados alterados de consciência não envolvem apenas o transe e sim a capacidade de viajar na realidade incomum com o objetivo de encontrar espíritos animais, plantas, mentores, obter insights, promover curas, oráculos.

Os estados alterados de consciência incluem vários graus. Stanley Kryppner chega a classificar vinte estados diferentes de consciência. Elíade fala do êxtase, Castañeda fala do nagual. Nirvana, samadhi, alfa, transe, satori, consciência cósmica, supraconsciência, etc.,também são nomes para a mesma manifestação.

São através desses estados que conseguimos conexão com nossos mitos, símbolos, nossa verdade interior. Conseguimos expandir a percepção para mistérios que estão guardados em nós mesmos. Aprendemos a sentir, ver e ouvir a energia.Nos religamos com o Sagrado e com a fonte criativa de tudo o que nos acontece. Através da consciência ordinária não conseguimos alcançar níveis profundos do nosso ser. Existem diversas técnicas ou rituais para se chegar a estados mais profundos de consciência, dentre elas: tambores, danças, jejuns, plantas de poder (enteógenos), respirações, posturas corporais, e outros.

Através desses estados especiais alcança-se uma experiência divina, acessa-se uma fonte de Sabedoria Superior, podemos curar nosso corpo, nos conhecemos melhor através das visões, expandimos a nossa consciência.

Aprende-se as influências e forças da Terra e como as energias naturais afetam a vida. Tudo na natureza cresce e muda. É um ciclo. Os povos antigos consideravam a viagem circular da Terra ao redor do Sol, uma roda, representando o eterno ciclo de nascimento e desabrochar, crescimento e florescimento, maturidade e frutificação, envelhecimento e decadência, morte e decomposição e novamente renascimento, refletido na vida humana e na natureza.

Os nativos reconhecem o círculo como o principal símbolo para o entendimento dos mistérios da vida. Observaram que ele estava impresso em toda a natureza. O homem olha o mundo através dos olhos que é um círculo. A Terra, a Lua, o Sol, os planetas; são todos circulares. O nascer e o por do Sol acompanham um movimento circular. As estações formam um círculo. Os pássaros constroem ninhos em círculos, animais marcam seus territórios em círculos. As cabanas, ocas, tipis são circulares.

O xamanismo resgata a relação sagrada do homem com o planeta. O resgate dos festivais sazonais (Solstícios e Equinócios), por exemplo, não marcam apenas a jornada do Sol, mas também os pontos críticos das estações, o ciclo agrícola, nossas emoções, hábitos. Essas "Forças Verdadeira acessadas desde o princípio na história espiritual da Terra, são resgatadas através dos séculos e podemos sentí-las atuando em todos os momentos das cerimônias.

Podemos sentir a ligação profunda que a natureza tem com a vida, nos tornarmos parte de uma comunidade global, propomos o Vôo da Consciência em busca de novos horizontes, de novas conquistas, de um novo ser, de uma nova vida. O início de uma vida pautada na sabedoria encontrada nas folhas, nos movimentos dos ventos, no poder transformador do fogo, nos espíritos ancestrais, na jornada da alma, na missão.

As religiões do mundo moderno não têm tempo para a ecologia espiritual assim como a cultura e o modelo de pensamento consumista atuante. As Grandes Religiões inspiram e apontam para uma vida eterna fora deste planeta e pouco se preocupam em honrar as realidades do espaço sagrado em que vivemos. Atualmente muitos vivem com uma sensação de separação, isolamento, um sentimento de que deva existir um sentido maior na vida. Os rituais xamânicos podem trazer a consciência de somos apenas um "microcosmo", que somos parte de "algo maior", que somos filhos da Terra, parte de uma Terra Viva.

Harmonia - Amor - Paz e Luz



 Fonte :

http://evolucaomundi.blogspot.com

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Qual a minha religião? Eu sou UMBANDISTA!!!


Texto enviado, pela minha Irmã Katia Schaun




Muitas pessoas confundem tudo onde acontece a incorporação como sendo Umbanda. Existe muito terreiro de pura feitiçaria comandado pelo baixo astral; lugares onde se cobra pelo trabalho realizado; casas onde são feitas amarrações, demandas e magias negativas; locais que prometem milagres e comercializam a fé alheia … e para tudo isso é usado o nome da Umbanda! Por esse motivo o povo umbandista é descriminado, ironizado e ridicularizado. Somos julgados e analisados a todo momento pois as pessoas nos olham com medo, insegurança e desconfiança já imaginando “o perigo” que será a convivência com um umbandista.

Tais fatos nos levam, muitas vezes, a negar a Umbanda, afinal, ser “espírita” ou católico é mais fácil e não causa tantos arrepios. Médiuns com grande capacidade espiritual costumam fugir dos centros umbandistas ou quando assumem sua religiosidade dentro da Umbanda enfrentam o medo do novo, a contrariedade da família e ainda precisam estar todo tempo atentos aos ataques do baixo astral que não quer, entre outros motivos, a evolução espiritual do médium.

Precisamos mudar essa imagem negativa da Umbanda e para isso temos todos que ter sempre em mente que a Umbanda é uma religião que prega as mesmas verdades e busca a mesma paz de espírito que todas as outras religiões. Umbanda é reforma íntima, respeito, dedicação, disciplina e superação.

Umbanda é pureza, simplicidade, força, é a conscientização sobre o Bem e o Mal. Umbanda não é milagre, mas merecimento. É estudo e consciência e não comodismo ou achismo. É respeito à natureza, pois Umbanda é natureza. Umbanda é fé, amor, conhecimento, justiça, lei, evolução, geração e a prática da caridade em todas as formas. É a conscientização de que cada pessoa é responsável por suas atitudes, que o ato cometido sempre gera uma reação resultando em um Bem ou um Mal tanto para quem pratica como para quem recebe. Umbanda é a consciência de que o sentido da vida é a busca da perfeição espiritual e material e de que o melhor caminho para alcançarmos essa perfeição é a prática de boas atitudes ao próximo.

Ser umbandista é para poucos, é para os fortes e determinados!

Eu me orgulho de ser umbandista e bato no peito com toda a convicção, amor e respeito pois sou filha de Orixá e Eles estão em mim assim como eu estou Neles.

Axé a todos os umbandistas que assumem, amam e respeitam nossa bela religião e os Sagrados Orixás!

Fonte: Desconhecida

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Prece Para Abertura Dos Trabalhos



Ó Deus de amor e misericórdia, daí aos médiuns a compreensão perfeita da santidade da missão que lhes foi confiada, e da responsabilidade que lhes cabe no desempenho destas funções.


Deus, nosso Pai, permiti que sintamos fortemente a influência invisível e salutar dos nossos Anjos de Guarda, a fim de que possamos mais facilmente eliminar, dos nossos corações e dos nossos pensamentos, os sentimentos de ódio, de inveja, de orgulho, de vaidade, de egoísmo e de todas as outras imperfeições de que se acham imbuídos os nossos espíritos, a fim de que possamos subir até vós.


Bons espíritos, que pela misericórdia de Deus permaneceis junto a nós para o nosso consolo, dai-nos um grande amor pelas virtudes, inspirai-nos tudo o que é bom. Afastai de nós os espíritos trevosos e maleficientes, a fim de trilharmos com maior desempenho, o caminho sinuoso e cheio de tropeços, que é a nossa vida terrena.


Virgem Mãe Santíssima, rogai a Deus por todos nós e pelos irmãos desencarnados, que ainda se acham na ignorância, nas trevas e no sofrimento.


Jesus, bom e amado Mestre, permiti que as falanges organizadas que trabalham na prática do Bem, possam nos dispensar bastante proteção para que nossos trabalhos sejam coroados de êxito.


Bendito e Louvado seja Deus, o Divino Espírito Santo e nosso Senhor Jesus Cristo.


Salve São Jerônimo, (Res.: Salve !);
Salve São Miguel, (Res.: Salve !);
Salve São Gabriel, (Res.: Salve !);
Salve São Rafael, (Res.: Salve !);
Salve todas as falanges de Aruanda e da Umbanda, (Res.: Salve !);


Em nome de Deus Pai Todo Poderoso, de São Miguel Arcanjo e de nosso Anjo de Guarda, estão abertos os nossos trabalhos !


Que assim seja.

domingo, 28 de agosto de 2011

Lenda da India Obirici





O corrego das lágrimas





Augusto Porto Alegre, na sua história da "Fundação de Porto Alegre", recolheu esta lenda da formação do Passo da Areia, IBICUIRETÃ, que significa "rio de areia", ou seja, um pequeno arroio que corria nos arredores da capital do Rio Grande.
Nos tempos em que os brancos não haviam ainda penetrado até o Rio Grande do Sul, habitavam a região, os índios Tupi-mirins, da nação de Tapes. Como o amor sempre constituiu uma singela tradição indígena, houve, ali, uma contenda amorosa que ficou na recordação dos silvícolas, chegando até nossos dias sob a forma de uma encantadora lenda:
Conta-se que um belo cacique chamado Abaetê, em pleno apogeu da mocidade, foi alvo de grande amor, por parte de duas irmãs índias: Paraí e Obiricí, ambas filhas o poderoso feiticeiro Guaporé.
Abaetê gostou mais de Paraí, mas não tinha coragem de contar a ninguém, pois não queria magoar Obiricí. Um dia, o guerreiro suplicou a Tupã que lhe desse muito entendimento, para que facilmente pudesse resolver o difícil caso.
Então, durante o sono, recebeu a visita da graciosa Sumá, uma deusa guerreira, que envolvida em leve manta tecida de cipó imbé, deu a Abaetê todos os conselhos necessários, por ordem de Tupã.
Na manhã seguinte, foi imediatamente falar com as jovens e disse:
-"Foi Tupã que me mandou, desejo avisar que todas as duas serão submetidas a uma prova com arco e flexas. Quem acertar o alvo, será minha esposa."
As índias apaixonadas recebendo o aviso de sua resolução, imediatamente se prontificaram a iniciar a disputa. O cacique desejado muito belo e forte, era o grande incentivo.
Obirici, a mais ardente das duas índias, ficou muito nervosa, com medo de perder a competição e ficar sem o amor da sua vida, não teve a mesma destreza da outra. Errou o alvo. Foi portanto, vencida e viu-se obrigada a deixar que a vitoriosa levasse para as terras de Jatobá o jovem príncipe cacique. Ficou só no local onde ocorreu a contenda, a olhar o par abraçado e feliz que se distanciava.
Sufocando soluços, amargurando-se, não teve ânimo de abandonar aquele pedaço de terra, onde ocorrera sua desventura. Em vão desceram as Parajás, deusas da piedade, do alto do Ibiapaba, para consolar a bela guerreira. A divina Paré, deusa da fé veio na forma humana para dar-lhe alegres conselhos e suave esperança.
-"Pobre de mim abandonada"", dizia ela, e nenhuma palavra mais lhe saiu do peito em profundos soluços.
O próprio Tolori, deus da coragem, mas inimigo das mulheres, tão compadecido ficou, que veio dizer algumas palavras de consolo para a índia.
Abatida e tristonha, coração sangrando, alma voltada para o infortúnio e para a morte, hora a hora, pedia que Tupã lhe cortasse os dias de sua vida tão amargurada. E a formosa indígena, com a desventura a povoar-lhe a mente, só implorava o fim, como repouso que lhe era necessário, estendia seus braços de cintilações de bronze, para o céu, mudo ante suas súplicas sinceras e ardentes...
No desespero da dor, as lágrimas brotaram dos olhos de Obirici em uma abundância desoladora. O choro abriu-lhe fundos sulcos no rosto e as lágrimas de suas pálpebras continuaram dia e noite a cair cristalinas e luminosas e, correndo por terra, deixaram nela, para sempre cravado o regato chamado Passo da Areia ou Ibicuiretã...
Decorridos alguns dias, Deus Tupã, apiedando-se da pobre índia, veio buscá-la. As águas de suas lágrimas, porém continuaram a rolar, marcando para sempre na terra dos pampas, a angústia infinita de sua dor.
O Ibicuiretã, esse córrego de lágrimas, não existe mais, pois o Passo da Areia, hoje é um bairro urbanizado da cidade de Porto Alegre. As obras de urbanização canalizaram o riachinho que a princípio, tornou-se um valão. Depois, foi soterrado para construção do Shopping Center da zona norte.
Mas, a bela Obirici não foi apagada do coração dos gaúchos e em sua homenagem, próximo a um viaduto que leva seu nome, foi imortalizada em uma escultura, que a representa com os braços estendidos aos céus, pedindo em imprecações que Tupã acabe com seus dias de tão intensa dor...

sábado, 27 de agosto de 2011

Xamãs e Ecologia



Ao longo de três mil anos, a humanidade veio se afastando cada vez mais das Leis da Natureza, que são as Leis do Universo, a vontade do Grande Espírito, a Verdade. Movido pelo materialismo, que o faz acreditar somente naquilo que vê, e pelo egoísmo, que o leva a agir de acordo com sua própria conveniência, o homem tornou-se prisioneiro de uma ambição desmedida e inconseqüente e vem destruindo o equilíbrio do planeta, criando para si e para seu semelhante, a desarmonia e a infelicidade.

As graves conseqüências do desrespeito às Leis Naturais podem ser verificadas na agricultura, na medicina, na saúde, na educação, na arte, no meio ambiente, na política, na economia e em todos os demais campos da atividade humana. Essa situação já chegou ao seu limite. Se continuar agindo assim, é certo que o homem acabará destruindo o planeta e a si mesmo.

Tudo o que é natural na Terra é vivo e tem consciência. O homem perdeu o sentido do Sagrado, esqueceu-se que a Terra é a nossa Mãe.

O pior é que desconhece os efeitos das ações irresponsáveis que pratica com a natureza. Não tem consciência dos crimes que comete por interesses econômicos.

Nós, do xamanismo, chegamos novamente para defender nossa Mãe Terra, guerreando silenciosamente, através de preces e vibrações, procurando plantar uma semente de amor no coração daqueles que não reconhecem sua Mãe, daqueles que lutam por um mundo ilusório, daqueles que não percebem as belezas da Criação. Sabemos que a melhor maneira de agradar o Criador é respeitando, honrando e preservando sua Criação.

A Terra é um ser vivo. É a Mãe que alimenta todas as criaturas. A Terra supre com suas substâncias o nosso corpo físico. Como toda mãe, ela provê todas as necessidades de suas crianças, generosamente. Todas as criaturas que andam, nadam, rastejam, correm, voam e até mesmo plantas e pedras, são suas crianças. Sendo que todas as coisas vivas nasceram aqui e dividem com os humanos a vida na Terra, e foram concebidas pela Mente Suprema do Criador, devemos então honrá-las como sendo conscientes de sua missão no Plano Universal, e devemos nos harmonizar com todas elas para andarmos em equilíbrio na nossa Mãe Terra.

Nós, do xamanismo, verdadeiramente amamos a Terra e todas as suas crianças. Quando baseamos nossa vida nesse entendimento, quando reconhecemos as plantas, animais e minerais como nossos parentes, nós restabelecemos nossa conexão natural com todos os seres vivos. Não nos sentimos mais isolados quando vemos a natureza desta forma, não como sendo apenas algo de uso pessoal, então experimentamos a Terra como um Lugar Sagrado.

Quando adquirimos a sabedoria da natureza, nos alinhamos com a magia natural e somos fortalecidos pelo seu poder. Nós recebemos a sabedoria ancestral da Mãe Terra e nos alinhamos com ela, podendo ser amigos dos espíritos que vivem na natureza. Quando nos conectamos com essa extensa família da natureza, aprendemos a alinhar nossas energias para receber sua sabedoria e nos transformarmos. Transformarmos nossa relação com os outros, nossa relação com o mundo.

Nós, do xamanismo, nos sentimos guardiões da Mãe Terra. Resgatamos a profunda conexão do homem com a Terra, aprendemos a honrar todas as formas de vida, pois onde há vida, está Deus.

Compreendemos que todos os seres vivos possuem sua missão no Plano Universal, desde insetos, plantas, pedras, animais, até nós, seres humanos de duas pernas. Por sentirmos Deus nas diferentes formas de energia, consideramos Sagrada cada uma delas. Cada planta, cada pedra pode transmitir-nos ensinamentos de cura, aprendemos a decifrar as mensagens que vem dos ventos, reconhecemos que fazemos parte de uma Grande Família Universal, que a Terra é nossa Mãe, nutrindo-nos, sustentando-nos, recebendo-nos a cada vida e nos acolhendo a cada morte.

Várias tradições xamânicas esperam por um novo tempo que virá com o retorno dos antigos xamãs que reencarnariam em outros povos, com outra linguagem, com outra cor de pele, transmitindo a linguagem do Amor Universal, promovendo o reencontro do homem com o Sagrado, para que possamos todos juntos, Caminhar com Beleza e na harmonia com cada ser vivo, sempre em equilíbrio com nossa Mãe Terra.

No xamanismo, buscamos nossa verdade na Criação Divina, o mapa do caminho está escrito em cada vegetal, nas mudanças de estação, nas portas de cada direção cardeal, no movimento dos ventos, nos hábitos e talentos de cada animal, nas gravações de cada pedra, na iluminação e calor do Sol, nos mistérios das fases da Lua, nas trilhas das Estrelas...

Procuramos nos harmonizar com a Criação para podermos alcançar o Criador. Nós que praticamos o xamanismo, temos a responsabilidade de zelar pela nossa Mãe Terra e por todas as suas crianças, temos a missão da cura planetária, tanto no tocante a qualidade ambiental, como energética e espiritual. Jamais poderemos ser absolutamente saudáveis se vivemos num planeta doente, nunca teremos paz enquanto irmãos estiverem em guerra, não evoluiremos se não fizermos a parte que nos cabe.

Deus criou o mundo em sete dias, mas a Obra da Criação se perpetua através do homem. A cada dia estamos criando um Mundo Novo, através da cadeia de pensamentos, palavras e atos. O que estivermos fazendo a Terra, estaremos fazendo a nós mesmos e a nossos filhos. Respeitar a Terra é respeitar seu Criador.

Que essa corrente de consciência se expanda cada vez mais na linha da Luz, para que possamos influenciar na paz, os líderes e governantes deste planeta.


Mediunidade


Os médiuns ou cavalos, como queiram, da Umbanda, têm que tomar certos cuidados para seu perfeito desenvolvimento. Devem cuidar de sua cultura, honrar os espíritos acima de tudo, doar-se inteiramente à casa em que trabalham, sem entretanto esquecer de equilibrar sua vida profissional, social e familiar e fugir do fanatismo tão nocivo ao bem estar dos religiosos. Deve respeitar as outras religiões, sem querer impor aos outros as suas convicções.

Não beber, controlar seu emocional e não cobrar nada da religião. Nunca aceitar favores ou pagamentos pelos trabalhos que fizer e jamais usar a energia do sangue em seus trabalhos e, principalmente, nunca sacrificar nenhum animal. Por isso mesmo, antes de se filiar à uma casa, deve saber dos princípios filosóficos dos seus dirigentes. Deve fazer da Umbanda uma religião alegre, gostosa e vibrante. Para isso não deve se imiscuir nos problemas dos irmãos de corrente, sem jamais julgá-los. Deve respeitar a hierarquia da casa, muito embora lhe caiba o direito de também ser respeitado.

       Muito médium tem dúvidas sobre as incorporações, confundindo-se nas mensagens, achando que não é o espírito falando, mas sim sua própria cabeça. Espero com esta nota dirimir dúvidas aos médiuns e trazer-lhes a certeza que quando for animismo os dirigentes da casa sabem como corrigi-lo.

AnchorTerceira Energia






Muito médium tem dúvidas sobre as incorporações, confundindo-se nas mensagens, achando que não é o espírito falando, mas sim sua própria cabeça. Espero com esta nota dirimir dúvidas aos médiuns e trazer-lhes a certeza que quando for animismo os dirigentes da casa sabem como corrigi-lo. Vejam como funciona: existe uma fusão do espírito do médium com o espírito comunicante, criando-se uma terceira energia. Gosto de dar exemplos. O café e o leite, separados, são puros. Misturados criam uma terceira bebida, podendo ser mais preto ou mais branco, conforme a quantidade das bebidas. Mas sempre a união de ambos terá uma terceira qualidade.
É impossível a comunicação pura do espírito. O importante é a presença do espírito, com maior ou menor intensidade.

Facilitar as Incorporações

Quando o médium está preparado para seguir o procedimento normal do aprendizado, ele não deve segurar as incorporações, e jamais esquecer o momento certo da incorporação. Se está se chamando um espírito pelo ponto individual ele não deve dar passagem, exceto se for ponto de linha, o momento for oportuno e permitido pelo desenrolar da gira. O médium deve facilitar a incorporação. Na Umbanda as entidades têm incorporações típicas da linha. O índio é ereto, forte e incorpora com um vibração firme, algumas vezes se ajoelhando e batendo no peito. O preto-velho já é mais macio na incorporação, se curva e faz o tipo de cansado e a criança o tipo infantil. Quando o ponto estiver induzindo o tipo da entidade, o médium já deve estar psicologicamente preparado para receber e se comportar conforme o tipo da entidade. É um erro lutar contra o espírito, ou seja, receber um índio como se fosse um preto-velho. De propósito até agora não falei do exu e da pomba-gira, para dar um destaque de grande importância: Exu não é aleijado e Pomba-gira não é prostituta. Ambos são entidades maravilhosas e não precisam fazer o tipo distorcido do folclore da Umbanda. Na continuidade, quando estivermos falando de cada linha, darei melhores explicações.

Cuidados e deveres

O médium tem um complexo espiritual chamado aura, que é formado pelo material (o corpo físico), o duplo etéreo (ou cascão), o perispírito e o espírito. A aura é formada por elementos energéticos que se chama chacras. É por eles que o espírito incorpora, até unir o seu espírito com a aura do cavalo. Por esse motivo é importante haver uma preparação do médium nos dias de gira para que sua aura esteja leve e limpa, através de um banho de erva, bons pensamentos, com o mental sem mágoa ou raiva. Sua atenção no dia dos trabalhos deve estar sempre voltada para reunião com os irmãos da corrente, procurar a alegria, boa leitura, não dizer palavrões, não comer carne e fazer refeições leves. Alguns autores e dirigentes dizem que a mulher com menstruação não deve participar da gira e muito menos incorporar.
Como eu não vejo nenhuma lógica e nunca ninguém me explicou de forma convincente essa proibição, refuto o fato não criando nenhuma objeção para as médiuns em nosso terreiro. Sobre isso uma vez disseram-me que pode haver a aproximação de espíritos atrasados atrás da energia do sangue. Não me convenceu a explicação, porque acho que se algum espírito quiser sangue, ele irá aos matadouros e nunca a um terreiro organizado e protegido. Quando o médium for receber a entidade, ele deve ficar com sua mente o mais livre possível de pensamentos. Para quem não tem a prática da concentração, um bom método para facilitar a incorporação é ficar pensando no tipo da entidade que vai incorporar e respirar rapidamente e soltar pela boca o ar aspirado.
  • A Umbanda, como quase todas as religiões, é machista; e essa é a razão do preconceito com as mulheres em período da menstruação. Existe pai-de-santo que proíbe a mulher tocar nos atabaques. Não vejo lógica, ao contrário, um insulto à capacidade feminina.



Mensagem do Caboclo Junco Verde aos membros do Terreiro do Pai Maneco:

"Deve ser avisado a todas as pessoas das giras que a Umbanda mantem um exército que obedece as ordens de Oxalá. Igual ao exército da Terra, os soldados da Umbanda tem como compromisso assumido no Amaci: defender os fracos; enaltecer os humildes; coibir a prepotência; tirar da escuridão os aflitos, os desesperados e os obsediados; curar os doentes; alegrar os tristes; acalmar os nervosos; aliviar a dor; encaminhar os desajustados; salvar os viciados e trazer honra para a religião brasileira que é a Umbanda. Quem não quiser fazer isso pode se juntar aos pedintes do amor. Quem se doa, ganha."CABOCLO JUNCO VERDE

http://www.paimaneco.org.br/

Pense nisso!!!!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Zélio de Moraes por Zélio de Moraes (Entrevista)

       
 
Com 82 anos de idade, este homem é considerado por um pequeno grupo de umbandistas "o fundador da Umbanda". Cabelos grisalhos, fisionomia serena e simples, Zélio de Moraes, através do seu guia espiritual, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, só sabe praticar o amor e a humildade.
 
 
"- Na minha família, todos são da marinha: almirantes, comandantes, um capitão-de-mar-e-guerra... Só eu que não sou nada..." - comentava sorrindo Zélio de Moraes, aos amigos que o visitavam, nessa manhã ensolarada.
E a repórter, antes mesmo de se apresentar, retrucou:
"- Almirantes ilustres, capitães-de-mar-e-guerra há muitos; o médium do Caboclo das Sete Encruzilhadas, porém, é um só".
Levantando-se, Zélio de Moraes - magrinho, de estatura mediana, cabelos grisalhos, fisionomia serena e de uma simplicidade sem igual - acolheu-me, como se fôssemos velhos conhecidos. Nesse ambiente cordial, sentindo-me completamente à vontade, possuída de estranho bem-estar, esquecendo, quase, a minha função jornalística, iniciei uma palestra, que se prolongaria por várias horas, deixando-me uma impressão inesquecível.

Perguntei-lhe como ocorrera a eclosão de sua mediunidade e de que forma se manifestara, pela primeira vez, o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
"- Eu estava paralítico, desenganado pelos médicos. Certo dia, para surpresa de minha família, sentei-me na cama e disse que no dia seguinte estaria curado. Isso a foi a 14 de novembro de 1908. Eu tinha 18 anos. No dia 15, amanheci bom. Meus pais eram católicos, mas, diante dessa cura inexplicável, resolveram levar-me à Federação Espírita de Niterói, cujo presidente era o Sr. José de Souza. Foi ele mesmo quem me chamou para que ocupasse um lugar à mesa de trabalhos, à sua direita. Senti-me deslocado, constrangido, em meio àqueles senhores. E causei logo um pequeno tumulto. Sem saber porque em dado momento, eu disse:
"Falta uma flor nesta mesa; vou buscá-la". E, apesar da advertência de que não me poderia afastar, levantei-me, fui ao jardim e voltei com uma flor que coloquei no centro da mesa. Serenado o ambiente e iniciados os trabalhos, verifiquei que os espíritos que se apresentavam ao videntes como índios e pretos, eram convidados a se afastar. Foi então que, impelido por uma força estranha, levantei-me outra vez e perguntei porque não se podiam manifestar esses espíritos que, embora de aspecto humilde, eram trabalhadores.
Estabeleceu-se um debate e um dos videntes, tomando a palavra, indagou:
- "O irmão é um padre jesuíta. Por que fala dessa maneira e qual é o seu nome?"

Respondi sem querer:
- "Amanhã estarei em casa deste aparelho, simbolizando a humildade e a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas". Minha família ficou apavorada.
No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na Rua Floriano Peixoto, onde eu morava, no número 30. Parentes, desconhecidos, os tios, que eram sacerdotes católicos e quase todos os membros da Federação Espírita, naturalmente em busca de uma comprovação. O Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestou-se, dando-nos a primeira sessão de Umbanda na forma em que, daí para frente, realizaria os seus trabalhos. Como primeira prova de sua presença, através do passe, curou um paralítico, entregando a conclusão da cura ao Preto Velho, Pai Antonio, que nesse mesmo dia se apresentou. Estava criada a primeira Tenda de Umbanda, com o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como a imagem de Maria ampara em seus braços o Filho, seria o amparo de todos os que a ela recorressem. O Caboclo determinou que as sessões seriam diárias; das 20 às 22 horas e o atendimento gratuito, obedecendo ao lema:
"Daí de graça o que de graça recebestes".
O uniforme totalmente branco e sapato tênis. Desse dia em diante, já ao amanhecer havia gente à porta, em busca de passes, cura e conselhos. Médiuns que não tinha a oportunidade de trabalhar espiritualmen¬te por só receberem entidades que se apresentavam como Caboclos e Pretos Velhos, passaram a cooperar nos trabalhos. Outros, considerados portadores de doenças mentais desconhecidas revela¬ram-se médiuns excepcionais, de incorporação e de transporte".
Citando nomes e datas, com precisão extraordinária, Zélio de Moraes relata o que foram os primeiros anos de sua atividade mediúnica.
Dez anos depois, o Caboclo das Sete Encruzilhadas anunciou a segunda fase de sua missão: a fundação de sete templos de Umbanda e, nas reuniões doutrinárias que realizava às quintas-feiras, foi destacando os médiuns que assumiriam a direção das novas tendas: a primeira, com o nome de Nossa Senhora da Conceição e, sucessivamente, Nossa Senhora da Guia, São Pedro, Santa Bárbara, São Jorge, Oxalá e São Jerônimo.
"- Na época - prossegue Zélio - imperava a feitiçaria; trabalhava-se muito para o mal, através de objetos materiais, aves e animais sacrificados, tudo a preços elevadíssimos. Para combater esses trabalhos de magia negativa, o Caboclo trouxe outra entidade, o Orixá Malé, que destruía esses malefícios e curava obsedados. Ainda hoje isso existe: há quem trabalhe para fazer ou desfazer ou desmanchar feitiçarias, só para ganhar dinheiro. Mas eu digo: não há ninguém que possa contar que eu cobrei um tostão pelas curar que se realizavam em nossa casa; milhares de obsedados, encaminhados inclusive pelos médicos dos sanatórios de doentes mentais... E quando apresentavam ao Caboclo a relação desses enfermos, ele indicava os que poderiam ser curados espiritualmente; os outros dependiam de tratamentos material..."
Perguntei então a Zélio, a sua opinião sobre o sacrifício de animais que alguns médiuns fazem na intenção dos Orixás. Zélio absteve-se de opinar, limitou-se a dizer:
"- Os meus guias nunca mandaram sacrificar animais, nem permitiriam que se cobrasse um centavo pelos trabalhos efetuados. No Espiritismo não pode pensar em ganhar dinheiro; deve-se pensar em Deus e no preparo da vida futura."
O Caboclo das Sete Encruzilhadas não adotava atabaques nem palmas para marcar o ritmo dos cânticos e nem objetos de adorno, como capacetes, cocares, etc.
Quanto ao número de guias a ser usado pelo médium, Zélio opina:
"- A guia deve ser feita de acordo com os protetores que se manifestam. Para o Preto Velho deve-se usar a guia de Preto Velho; para o Caboclo, a guia correspon¬dente ao Caboclo. É o bastante. Não há necessidade de carregar cinco ou dez guias no pescoço..."
Considera o Exu um espírito trabalhador como os outros:
"- O trabalho com os Exus requer muito cuidado. É fácil ao mau médium dar manifestação como Exu e ser, na realidade, um espírito atrasado, como acontece, também, na incorporação de Criança. Considero o Exu um espírito que foi despertado das trevas e, progredindo na escala evolutiva, trabalha em benefício dos necessitados. O Caboclo das Sete Encru¬zilhadas ensinava o que Exu é, como na polícia, o soldado. O chefe de polícia não prende o malfeitor; o delegado também não prende. Quem prende é o soldado que executa as ordens dos chefes. E o Exu é um espírito que se prontifica a fazer o bem, porque cada passo que dá em benefício de alguém é mais uma luz que adquire. Atrair o espírito atrasado que estiver obsedando e afastá-lo, é um dos seus trabalhos. E é assim que vai evoluindo. Torna-se portanto, um auxiliar do Orixá.
Relembrando fatos passados em mais de meio século de atividade espiritualista, Zélio refere-se a centenas de tendas de Umbanda fundadas na Guanabara, em São Paulo, Estado do Rio, Minas, Espírito Santo, Rio Grande do Sul. A Federação de Umbanda do Brasil, hoje União Espiritista de Umbanda do Brasil, foi criada por determinação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, a 26 de agosto de 1939.
Da Tenda Nossa Senhora da Piedade saiam constantemente médiuns de capacidade comprovada, com a missão de dirigirem novos templos umbandistas; entre eles, José Meireles, na época deputado federal; José Álvares Pessoa, que deixou uma lembrança indelével de sua extraordinária cultura espiritualista; Martinho Mendes Ferreira, atual presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil; Carlos Monte de Almeida um dos diretores de culto da T.U.L.E.F.; João Severino Ramos, trabalhando ainda hoje, ativamente, inclusive na Assessoria de Culto do Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda. Outros, fugindo às rígidas determinações de humildade e caridade do Caboclo das Sete Encruzilhadas, desvirtuaram normas do culto. Mas a Umbanda, preconizada através da mediunidade de Zélio de Moraes, difundiu-se extraordinariamente e hoje podemos encontrar suas características em tendas modestas e nos grandes templos, como o Caminheiros da Verdade e a Tenda Mirim, nos quais a orientação de João Carneiro de Almeida e Benjamin Figueiredo mantém elevado nível de espiritualidade, no Primado de Umbanda, uma das mais perfeitas entidades associativas da nossa Religião.
Durante mais de cinqüenta anos, o Caboclo das Sete Encruzilhadas dirigiu a Tenda Nossa Senhora da Piedade; após esse tempo, passou a direção à filha mais velha do médium, dona Zélia, aparelho do Caboclo Sete Flechas. Entretanto, Pai Antonio continua trabalhando, na cabana que tem o seu nome, localizada num sítio maravilhoso, em Cachoeiras de Macacu. O Caboclo manifesta-se ainda em datas especiais, como foi, por exemplo, o 63º aniversário daquela tenda.(nota entrevista feita em 1972)
Da gravação feita durante a celebração festiva, reproduzimos para os leitores, o trecho final da mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas:
"A Umbanda tem progredido e vai progredir muito ainda. É preciso haver sinceridade, amor de irmão para irmão, para que a vil moeda não venha a destruir o médium, que será mais tarde expulso, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. É preciso estar sempre de prevenção contra os obsessores, que podem atingir o médium. É preciso ter cuidado e haver moral, para que a Umbanda progrida e seja sempre uma Umbanda de humildade, amor e caridade. Essa é a nossa bandeira. Meus irmãos: sêde humildes, trazei amor no coração para que pela vossa mediunidade possa baixar um espírito superior; sempre afinados com a virtude que Jesus pregou na Terra, para que venha buscar socorro em vossas casas de caridade, todo o Brasil... Tenho uma coisa a vos pedir:
"Se Jesus veio ao planeta Terra na humilde manjedoura, não foi por acaso, não. Foi o Pai que assim o determinou.Que o nascimento de Jesus, o espírito que viria traçar à humanidade o caminho de obter a paz, saúde e felicidade, a humildade em que ele baixou neste planeta, a estrela que iluminou aquele estábulo, sirva para vós, iluminando vossos espíritos, retirando os escuros da maldade por pensamento, por ações; que Deus perdoe tudo o que tiverdes feito ou as maldades que podeis haver pensado, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares. Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos espíritos que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos curados e a saúde para sempre em vossa matéria. Com o meu voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e serei sempre o humilde CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS"
 
 
Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada - Outubro de 2008
Autor: Atila Nunes Filho
Baseado em: Gira da Umbanda, ano 1 - numero 1 - 1972
Autor: Lília Ribeiro, Lucy e Creuza

Mediunidade com Anete Guimarães - parte 2

Mediunidade com Anete Guimarães

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Não Reclame: eu avisei!



Quem escolheu ser médium, já sabe!
O caminho é árduo, tortuoso e difícil, cheio de contratempos, desgostos e insatisfações.
É mais fácil receber do que doar. Porém, para o médium é ao contrário, e além de tudo será questionado, interrogado e mal visto quando não fizer ou disser “coisas” que agradem diretamente ao interessado.
Para todos quantos o vêem, tem você a obrigação de modificar tudo o que parece errado ao redor: onde houver ventos fortes para uma tempestade feroz, esperam de você a brisa mansa que vem do mar; do terremoto estrondoso que se aproxima, querem de você a tranqüilidade de um final de tarde feliz; da peste avassaladora, querem, a cura serena e duradoura; do prazer e bem geral, é de você que querem a renúncia, a paciência, a calma.
O princípio das coisas mediúnicas consiste em saber que ser médium não é nada fácil, não fica mais fácil e não se consegue nada fácil, é preciso muita luta, perseverança, esperança e confiança nas entidades e em si mesmo. As contrariedades são muitas, as satisfações quase que geralmente só são no íntimo de você mesmo.
O trabalho é árduo, duro e, por vezes, incompreensível até mesmo para você (médium), porém tão necessário quanto o ar que respira.
O trabalho é ponto de partida na caminhada mediúnica, o trabalho organizado, uma caminhada alcançada dentro dela.
Não é fácil ser médium por tudo isso, mas não reclame: eu avisei!
Agora saiba que nem todos tem ouvidos sensíveis para ouvir, visão clara de tudo que os rodeia nem conhecimento de um mundo melhor, e nem todos são portadores de contatos de amigos de dois mundos a lhe dar ensinamentos de vida em ambos.
E nem todos, acima de tudo, têm a satisfação de poder ter se sentido útil em cada trabalho realizado, porque é muito bom sentir a emoção de uma evolução após um trabalho seguido de outro e mais outro.
Além de tudo, porque é bom ser bom, assim ser um médium bom, e daí ser um bom médium.
Não agradeça: Eu avisei!”

CABOCLO 7 FLECHAS

Mensagem do Caboclo 7 Flechas ao médium Itaçuan (Wilson), livro “Umbanda é Luz”, editora ícone, página 110

Espiritualidade

18/07/2011

Viver, a experiência espiritual, é algo que requer muita responsabilidade.

A Vida em si nos traz desde do nosso nascimento a cada passo, responsabilidades e compromissos com nós mesmos. Os ensinamentos e vivências deixados por nossos ancestrais. Mas para realmente comprovarmos todos estes ensinamentos deixados através de livros, e da própria convivência, com quem sabe mais, não tenho duvida em afirmar que é preciso vivenciar tudo. Ver sem qualquer medo, ou preconceito para que se possa ter uma visão limpa para, adquirir nossos próprios conceitos. Não é simplesmente pegar um conceito pronto, temos que vivenciar.

Pois isto é o  que vale  para esta existência e para as próximas. O que vivi nos últimos tempos na Umbanda, valeram de uma forma tão significativa,ocorreram transformações profundas, sinto-me mais forte e firme, para prosseguir minha caminhada. Não desisti de maneira nenhuma das pessoas que se afastaram ou que de alguma forma eu também me afastei, mas sim, acredito que cada um tem que seguir seu caminho para encontrar suas próprias respostas. Tenho dito e repetido, que prefiro preservar muito e considero essencial regar e cuidar as amizades, mas se não for possível uma convivência continua que assim seja.


Rogo a todos estes seres que militam para o Amor universal ser unânime, e que me esclareçam a respeito de minhas inquietações. Junto de  meus irmãos, de fé, que  eu possa dividir minhas experiências e juntos dividir este espaço.

Dedico esta primeira postagen, primeiramente a Deus nosso Pai Maior, aos Orixas, Meus Mentores Espirituais, a minha esposa Jane Bastos e meu filho Gabriel Bastos. Aos irmãos de fé, Mauro e Katia.
Em especial a um casal iluminado que milita o amor e a caridade na Umbanda, Denis Santana e Monica.

Umbanda, É Coisa Séria Pra Gente Séria.(Caboclo Mirim)

Ser um Xamã é viver em harmonia com a natureza, amar ao seu próximo, e passar por uma trasformação profunda em seu Ser.


Saravá Umbanda e todo Povo de Aruanda!
Tenho gratidão eterna a todos aqueles, que contribuem para meu crescimento.

Sejam bem Vindos

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